A dor, uma experiência subjetiva que afeta a qualidade de vida do indivíduo, é considerada o quinto sinal vital, e sempre deve ser observada na assistência à saúde. Em oncologia ela está presente como um dos principais sintomas presentes no caso clínico do portador (SAMPAIO; MOTTA; CALDAS, 2019), assim, se tornou uns sintomas mais temidos, uma vez que o paciente tem que enfrentar efeitos em diferentes esferas de sua vida desfecho (RANGEL; TELLES, 2012; IZZO, et. al. 2019.
Na área oncológica, a dor é descrita como “dor total”, uma vez que não se trata apenas do sofrimento físico, como também o emocional e espiritual. Aspectos psicológicos, como depressão e ansiedade são comumente observados, o que evidência, ainda mais, a descrição de “dor total” (MENDES, et. al., 2014; MORETE, et. al., 2010).
A dor oncológica pode ser classificada em nociceptiva e neuropática. Ambas são consequentes da neoplasia, porém com suas particularidades. A dor nociceptiva é evidenciada pela lesão tecidual, enquanto a neuropática está relacionada com o mal funcionamento do corpo. Vale ressaltar que os efeitos do próprio tratamento podem desencadear as dores oncológica, como a quimioterapia, radioterapia e o uso de fármacos (SILVA; MENDANHA; GOMES, 2020).
Este tipo de dor pode se apresentar de forma aguda ou crônica. A crônica é mais observada na fase terminal da doença, decorrente, normalmente, de metástases e do próprio tratamento. Já a aguda está relacionada com procedimentos cirúrgicos. (SILVA; MENDANHA; GOMES, 2020).
Em 1998 a OMS propôs a escada analgésica, em que visa o tratamento de dor conforme o bem estar geral do paciente. Os opioides continuam sendo o tratamento mais eficaz para o gerenciamento da dor oncológica, porém, como todos os fármacos, eles devem ser utilizados com cautela, pois podem causar efeitos adversos. (KRAUSE, 2012).
Diretrizes recentes evidenciam a importância do alívio da dor oncológica por meio do uso de medicamentos sob a orientação médica, forma que se obtenha os efeitos desejados e mantenha a qualidade de vida (YEN; CHIOU; et al., 2018). Medicamentos como Morfina, Fentanil e Metadona são os tratamentos medicamentoso mais utilizados para esse tipo de dor, (SILVA; MENDANHA; GOMES, 2020).
O manejo da dor é uma das formas de possibilitar a tolerância e aderência ao tratamento do câncer. Devido a isso, a distribuição de opioides tornou-se facilitada no país, em que o Brasil adotou medidas de simplificação para receitas medicamentosas (ATLAS DE CUIDADOS PALIATIVOS DA LATINOAMÉRICA, 2012). Vale ressaltar que a facilitação de distribuição é uma teoria, uma vez que o problema de acesso aos mesmos já foi levantado por Portela e Moderna, devido má gestão.
Referências:
SAMPAIO, S. G. DOS S. M.; MOTTA, L. B. DA; CALDAS, C. P. Medicamentos e Controle de dor: Experiência de um Centro de Referência em Cuidados Paliativos no Brasil. Revista Brasileira de Cancerologia, v. 65, n. 2, 2019. Disponível em: . Acesso em: 16 abr. 2020.
RANGEL, O.; TELLES, C. Tratamento da dor oncológica em cuidados paliativos. Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, UERJ, v. 11, n. 2, p. 32–37, 2012. Disponível em: . Acesso em: 28 de março de 2020.
IZZO, J. M. et al. The impact of chronic pain on the quality of life and on the functional capacity of cancer patients and their caregivers. Brazilian Journal Of Pain, v. 2, n. 4, p. 336– 341, 2019. Disponível em: < http://dx.doi.org/10.5935/2595-0118.20190062>. Acesso em: 16 33 abr. 2020.
MENDES, T. R. et al. Ocorrência da dor nos pacientes oncológicos em cuidado paliativo. ACTA Paulista de Enfermagem, v. 27, n. 4, p. 356–361, 2014. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1982-0194201400059 >. Acesso em: 28 mar. 2020
HENNEMANN-KRAUSE, L. Aspectos práticos da prescrição de analgésicos na dor do câncer. Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, UERJ, v. 11, n. 2, p. 38–39, 2012. Disponível em: <https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistahupe/article/view/8941/6834>. Acesso em: 18 jun. 2020.
YEN, T. Y. et al. Proportional dose of rapid-onset opioid in breakthrough cancer pain management: An open-label, multicenter study. Medicine (Baltimore), v. 97, n. 30, 2018. Disponível em: < https://doi.org/10.1097/MD.0000000000011593>. Acesso em: 18 jun. 2020
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