A fase da adolescência, considerada com início aos 12 anos e término aos 18 anos de idade, é marcada por um complexo processo de crescimento e desenvolvimento biopsicossocial. É na adolescência que também se inicia a puberdade, uma fase marcada, principalmente, pela aceleração e desaceleração do crescimento físico, mudança de composição corporal, eclosão hormonal e evolução da maturação sexual (BRASIL, 2007).
Com isso, os adolescentes são despertos para a sexualidade, iniciando a prática precocemente e tornando-se mais susceptíveis às infecções sexualmente transmissíveis (IST’s) e à gravidez na adolescência (FARIAS, et al., 2020). No Brasil, a taxa de gestação nessa fase é alta quando comparada à da América Latina, sendo de 400 mil casos/ano com predominância entre as idades de 10 a 14 anos (SBP, 2022).
Dentre os motivos por trás dessas altas taxas, nota-se a falta de diálogo claro e sincero e falta de informação e conscientização sobre sexualidade, direitos sexuais e reprodutivos (SBP, 2022). Além disso, a falta de uma rede de apoio social, a dificuldade de acesso ao sistema de saúde e a educação comprometem o desenvolvimento de forma saudável das adolescentes no Brasil (SBP, 2022).
Ainda assim, existem riscos para a gestação nessa fase, como: a prematuridade associada as mães que possuem menos de 15 anos idade; maior probabilidade de doenças congênitas; dificuldade na amamentação, que ocasiona o desmame precoce e induz a erros alimentares; cuidados inadequados no domicílio ou no contexto domiciliar, que pode provocar negligência ou abandono; e falta de acompanhamento com o médico da família ou pediatra (SBP, 2022).
Diante disso, ressalta-se a importância do direito dos adolescentes de obter as informações adequadas sobre sexualidade e os métodos contraceptivos, de forma que escolham e façam uso correto do método que lhe é mais adequado (SBP, 2022). A propagação de informações de qualidade, assim como o aconselhamento em local e tempo adequados contribuem para que a prática sexual na adolescência se inicie com segurança e de modo saudável, de forma a diminuir, consequentemente, as altas taxas de gravidez nesse período.
Dessa forma, se você é adolescente ou conhece algum familiar, vizinha ou amiga que necessite de informações sobre a sexualidade na adolescência, procure a unidade de saúde do seu bairro e busque pelo profissional enfermeiro (a) ou médico (a) para acesso à uma consulta e orientações. A confiabilidade de informações é de extrema importância nessa fase tão delicada da vida de um adolescente.
Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Área de Saúde do Adolescente e do Jovem. Marco legal: saúde, um direito de adolescentes. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2007.
FARIAS, R. V., et al. Gravidez na adolescência e o desfecho da prematuridade: uma revisão integrativa de literatura. Revista Eletrônica Acervo Saúde, n. 56, e3977, ago. 2020. Disponível em: https://doi.org/10.25248/reas.e3977.2020. Acesso em: 26 fev. 2022.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. SBP. Porque falar de gravidez na Adolescência – Parte 1. Departamento científico de Adolescência. 2022. Disponível em: https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/adolescencia/por-que-falar-de-gravidez-na-adolescencia-parte-1/. Acesso em 26 fev. 2022.
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