A Medicina Tradicional Chinesa (MTC), que se originou há mais de 2.000 anos, é um sistema médico baseado na ideia de que a doença é causada pelo fluxo impróprio de uma força vital chamada qi. O Qi é restaurado através de forças opostas, o equilíbrio de yin e yang, e se manifesta no corpo como frio e calor, dentro e fora, vazio e real. Várias práticas são usadas para preservar e restaurar o qi e, portanto, a saúde. Os mais comuns são o uso de fitoterapia e acupuntura entre muitas outras.
Atualmente, a Medicina Tradicional Chinesa está em constante crescimento e desenvolvimento no Brasil e, aos poucos, têm demonstrado integração na prática e teoria da medicina ocidental, principalmente nos tipos de exames não invasivos. Para tanto, vem se tornando uma ótima fonte de extra de renda ou até mesmo fonte principal de renda para vários profissionais da saúde
Em Agosto desse ano, o PET Enfermagem teve o privilégio de receber a professora e acupunturista Lia Polegato Castelan para o compartilhamento do seu conhecimento sobre a temática. Dessa forma, selecionamos algumas perguntas que aborda a vivência e a influência da MTC em sua vida:
1 - Qual foi o seu primeiro contato com a Medicina Tradicional Chinesa?
O meu primeiro contato com a medicina chinesa foi durante a minha segunda gestação, na qual eu tive muito enjoo, emagreci bastante, e procurei a acupuntura para aliviar esses sintomas. Eu me senti muito bem e acabei fazendo acupuntura por toda a gestação.
Alguns anos depois, na primeira oportunidade que eu tive, entrei na pós-graduação em Acupuntura e me apaixonei ainda mais pela área, me inspirei em alguns professores e ao me formar me dediquei exclusivamente à Acupuntura por 8 anos.
Atualmente sou professora do IFSULDEMINAS, na faculdade de Educação Física e continuo trabalhando com medicina chinesa na forma de pesquisa e extensão. Também sou professora da pós-graduação da UNIFAL de acupuntura.
2 - Quais foram as suas experiências mais marcantes com a MTC?
Como usuária da técnica a minha experiência foi muito importante para que eu entrasse de cabeça como profissional. Profissionalmente eu tenho muitas alegrias, vivenciei coisas muito legais e conheci profissionais maravilhosos.
Porém as duas idas à China para estudar técnicas avançadas de Acupuntura, o curso de Fitoterapia que eu fiz em Pequim, na Federação Mundial de Acupuntura (WFAS) e o tempo que eu atuei na equipe de acupunturistas do Shandong Luneng Football Club foram muito importantes para mim, experiências únicas e incríveis.
3 - Como decidiu transformar a MTC em ferramenta de trabalho?
Eu iniciei a pós-graduação em acupuntura para atuar como acupunturista, não como uma técnica para complementar os atendimentos. Isso fez toda a diferença na forma como eu encarei a pós, tendo me dedicado muito desde a primeira aula.
4 - Qual a repercussão da MTC em sua vida?
Eu tenho até dificuldade em expressar a importância da MTC na minha vida. Sou muito grata a profissão que tenho, fui muito feliz como acupunturista clínica e sou muito feliz como professora e pesquisadora da área.
Eu acho que a acupuntura de verdade requer muito estudo e dedicação, mas requer sobretudo foco para não cair em teorias mirabolantes, pseudociências e outras técnicas que desqualificam a nossa profissão e reduzem algo científico e de grande valor cultural em pensamento mágico. Nós somos maiores que as pseudociência, mas precisamos estar atentos!
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