Daniel de Souza Oliveira
Marina das Dores
A sífilis é uma doença infecciosa e sistêmica causada pela bactéria Treponema pallidum, sendo considerada também uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST). A sua transmissão ocorre principalmente por meio de relações sexuais desprotegidas sem o uso de preservativos e durante a gestação e o parto, quando a mãe infectada transmite verticalmente a doença para a criança através da placenta (BRASIL, 2022). Entretanto, o contato com as lesões desenvolvidas e transfusão sanguínea também podem ser consideradas como formas de contágio da doença (MAGALHÃES et al., 2011).
Os sintomas são variados e vão depender diretamente do estágio da doença que a mulher apresentar. Diante disso, como são sintomas diversificados e há a possibilidade de casos assintomáticos, o diagnóstico da doença pode ser realizado por meio de Teste Rápido (TR) de Sífilis, sendo possível obter o resultado de uma forma prática e fácil em cerca de 30 minutos (BRASIL, 2022).
É importante ressaltar que em casos positivos, é necessário que seja realizado um teste laboratorial para confirmar o diagnóstico de sífilis. Porém, em gestantes, devido ao grande risco de transmissão ao feto, é essencial que o tratamento com penicilina benzatina seja iniciado com apenas um teste positivo (BRASIL, 2022).
Pode-se dizer que a sífilis na gestação é considerada um grave problema de saúde pública, uma vez que é responsável por altos índices de morbimortalidade intrauterina. Isso se deve ao fato de que ela contribui significativamente para o desenvolvimento de vários comprometimentos no feto (MAGALHÃES et al., 2011).
Quando a sífilis é adquirida durante a gestação, ela é caracterizada como sífilis materna e pode levar ao abortamento espontâneo, morte fetal ou neonatal, prematuridade e graves danos à saúde, como o comprometimento oftalmológico, auditivo e neurológico do bebê. Tendo em vista todos as complicações que o feto pode ter, é essencial que haja o rastreamento da doença durante o pré-natal, sendo recomendado a realização deste na primeira consulta, no primeiro trimestre e no terceiro trimestre da gestação. Estudos indicam que um acompanhamento pré-natal adequado e de qualidade é um fator que diminui significativamente a incidência de agravos como baixo peso ao nascer, prematuridade, infecções congênitas e óbito perinatal. Logo, se a gestante apresentar a confirmação do diagnóstico, ela deve realizar o controle mensal de tratamento e cura até o momento do parto (MAGALHÃES et al., 2011). Entretanto, se a gestante estiver infectada e não for adequadamente tratada, é possível que ela passe a infecção para o feto, de modo que ele seja infectado também, caracterizando a sífilis congênita.
Por outro lado, a sífilis congênita ocorre quando há a disseminação do Treponema pallidum pela gestante não tratada ou inadequadamente tratada para o seu concepto por via transplacentária. O estágio da sífilis materna e a duração da exposição do feto no útero são os principais fatores que determinam a probabilidade de transmissão vertical (MAGALHÃES et al., 2011).
Vale ressaltar, ainda, que a transmissão vertical é maior quanto mais avançada for a gestação, visto que a permeabilidade de barreira placentária aumenta com a idade gestacional, favorecendo, portanto, a transferência da bactéria da mãe para o bebê (FEBRASGO, 2018). Portanto, é fundamental que todas as gestantes iniciem o pré-natal logo no início da gravidez e realizem todos os exames necessários para que haja a detecção precoce e o início do tratamento o mais rápido possível (SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS, 2022).
Por fim, aqui vão algumas dicas de prevenção que podem ser adotadas para prevenir o contágio da doença:
Uso correto e regular do preservativo feminino ou masculino durante as relações sexuais;
Acompanhamento de gestantes e parcerias sexuais durante o pré-natal adequado e de qualidade;
Realização de teste diagnóstico por mulheres com intenção de engravidar;
Diagnóstico precoce em mulheres e parceiros.
É importante destacar que a sífilis não confere imunidade permanente, ou seja, mesmo após o tratamento adequado, cada vez que entrar em contato com o Treponema pallidum, a pessoa pode ter a doença novamente (BRASIL, 2022). Por isso, é essencial que toda a população fique atenta à doença e suas características, para que assim seja possível adotar alternativas para prevenir a sífilis.
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Sífilis, 2022. Disponível em:<https://www.saude.mg.gov.br/sifilis>. Acesso em: 16 de jun. de 2022.
FEBRASGO. Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), 2018. Sífilis na gravidez. Disponível em: <https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/700-sifilis-na-gravidez>. Acesso em: 16 de jun. de 2022.
MAGALHÃES, Daniela Mendes dos Santos et al. A sífilis na gestação e sua influência na morbimortalidade materno-infantil. Comun. ciênc. saúde, p. [43-54], 2011. Acesso em: 16 de jun. de 2022.
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS, 2022. Sífilis. Disponível em:<https://www.saude.mg.gov.br/sifilis>. Acesso em: 16 de jun. de 2022.
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